Como funciona o processo de fabricação do cimento?

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O processo tecnológico de produção de cimento implantado na maioria das indústrias brasileiras é conhecido como processo via seca e é constituído, principalmente, das seguintes etapas: 
 
1. Moagem e homogeneização das matérias-primas (obtenção da farinha crua) 
 
2. Clinquerização da farinha crua em fornos rotativos (produção do clínquer) e posterior resfriamento do clínquer 
 
3. Moagem do clínquer para e adição de gesso para obtenção do cimento 
 
4. Ensacamento e expedição do produto final 
 
Em primeiro lugar, as matérias primas – calcário (94%), a argila (4%) e quantidades menores de óxidos de ferro e alumínio (2%) – são moídas e misturadas até a obtenção de um pó fino (farinha crua). Em seguida, esse material é introduzido em um forno rotativo onde é aquecido até uma temperatura de 1500 °C, antes de ser subitamente resfriado por rajadas de ar. Assim é produzido o clínquer, material básico necessário para a fabricação do cimento. O material obtido (clínquer) é misturado com gesso (gipsita) e outras adições (como calcário, pozolana ou escória) dando origem aos diversos tipos de cimento que são, por fim, ensacados para que possam ser comercializados. 

Esse processo exige um alto consumo de energia , seja na forma de energia térmica (calor), por meio de combustíveis utilizados para aquecer os fornos rotativos para a produção de clínquer, seja na forma de energia elétrica, consumida em todo o processo industrial para movimentar máquinas, fazer girar os fornos rotativos e os moinhos. A maior parte desse consumo, porém, é referente ao gasto de energia térmica durante a queima dos combustíveis. 

Os combustíveis que alimentam os fornos são, na maior parte das vezes, de fontes não renováveis, como o petróleo e o carvão. Dentre os combustíveis mais utilizados se destacam alguns sólidos, como o coque do petróleo e a gasolina, e alguns gasosos, como o gás natural e outros derivados do carvão mineral. 

O coque de petróleo é a principal fonte de energia na indústria cimenteira, sendo o principal combustível utilizado no forno rotativo de clínquer. É um material granular negro e brilhante constituído principalmente por carbono (90 a 95%), mas também costuma apresentar um teor expressivo de enxofre (cerca de 5%). O motivo desse combustível ser muito utilizado se deve ao seu elevado poder calorífico associado com o baixo custo de aquisição. 
Além desses combustíveis tradicionais, também podem ser aproveitados resíduos e rejeitos industriais e de biomassa, carvão vegetal e resíduos agrícolas para alimentar os fornos.